Um estudo publicado em 1º de maio no Journal of the American Heart Association demonstrou que até mesmo episódios breves de raiva afetam a saúde das veias e artérias. A investigação apontou que, ao ser exposto à raiva, os vasos sanguíneos ficam mais tensos, o que atrapalha o fluxo correto do sangue.
Realizada em tempo real, a pesquisa mediu o impacto imediato de emoções negativas na saúde do coração. Os cientistas monitoraram o fluxo sanguíneo e o ritmo cardíaco de um grupo de 280 adultos. Antes dos testes, os voluntários tinham passado por avaliações prévias que indicaram não terem problemas cardíacos.
Os participantes foram divididos em três grupos: os do primeiro grupo tinham de se lembrar de um episódio no qual sentiram muita raiva, os do segundo grupo precisavam recordar um dia triste e, por último, os do terceiro grupo tinham de contar até 100, com o objetivo de permanecerem emocionalmente neutros durante a pesquisa.
Os pesquisadores descobriram que apenas a lembrança de um momento de raiva já era suficiente para provocar alterações na circulação sanguínea dos voluntários, que passavam a um estado chamado de hiperemia.
A hiperemia é um estado no qual o sangue circula mais rápido e é enviado para regiões vitais. Ela ocorre como reação a uma situação excepcional e pode provocar pequenos danos nos vasos capilares. É a hiperemia que nos deixa vermelhos de raiva.
A recorrência desse estado pode levar a um comprometimento da capacidade de relaxamento dos vasos sanguíneos, o que combinado com a aterosclerose, aumenta as chances de infarto e acidente vascular cerebral (AVC).
Durante o experimento dos pesquisadores, as lembranças neutras e as tristes não levaram a alterações significativas do fluxo sanguíneo. “A emoção mais negativa para a saúde cardíaca é a raiva”, aponta o cardiologista Daichi Shimbo, da Universidade de Columbia, principal autor do estudo.
O médico reconhece que é impossível viver sem emoções negativas, mas defende que conhecer o impacto delas pode ajudar a preservar pessoas que estão com a saúde mais debilitada.
“A investigação das ligações entre a raiva e a disfunção dos vasos sanguíneos pode ajudar a identificar formas de intervenção eficazes para ajudar pessoas com risco aumentado de eventos cardiovasculares”, completa Shimbo.
Fonte: Journal of the American Heart Association e Metropoles
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