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mariaelisaalmeida

Síndrome de Burnout afeta mais as mulheres e está diretamente ligada à saúde cardiovascular

Síndrome de Burnout foi mais frequente em mulheres durante a pandemia. De acordo com a pesquisa Woman in the Workplace de 2021, 42% das mulheres sofrem com sintomas da síndrome de burnout, número 10% maior do que no ano anterior.


Uma matéria publicada na BBC Brasil, revelou "dados recentes que olham especificamente para o chamado burnout em mulheres são preocupantes. Segundo uma pesquisa feita pela plataforma LinkedIn, com quase 5 mil americanos, 74% das mulheres disseram que estavam muito ou razoavelmente estressadas por motivos ligados ao trabalho, em comparação com apenas 61% dos empregados do sexo masculino que responderam à pesquisa.

Uma análise separada da empresa de consultoria Great Place to Work e da startup de saúde Maven observou que mães com empregos remunerados têm 23% mais chances de sofrer de burnout que pais empregados. Desde o começo da pandemia, estima-se que 2,35 milhões de mães que trabalham fora nos Estados Unidos sofreram de esgotamento profissional, especificamente "devido às demandas desiguais da casa e do trabalho", mostrou a análise.


Com o mercado de trabalho cada vez mais competitivo e o alto número de demissões no País, os profissionais estão sentindo cobranças diárias por melhores resultados. A pressão, somada ao cansaço e até mesmo às más lideranças, está tornando o ambiente de trabalho cada vez mais prejudicial para a saúde.


Esse cenário é o ideal para o aparecimento da síndrome de burnout, que no Brasil atinge cerca de 30% dos mais de 100 milhões de trabalhadores, segundo a Associação Nacional de Medicina do Trabalho (Anamt). O problema, que também é conhecido como síndrome do esgotamento profissional, tem sintomas parecidos com os da ansiedade e da depressão, como esgotamento de energia e distanciamento de amigos e familiares.


A síndrome de burnout vem ganhando cada vez mais espaço, tanto na área da saúde, por meio de pesquisas, quanto na mídia, ao ser tema de várias reportagens. No entanto, existem detalhes que precisam estar claros para que a síndrome não seja confundida com outros problemas de saúde.


De acordo com Marina Greghi Sticca, professora do Departamento de Psicologia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP em Ribeirão Preto, “cansaço extremo, sensação de desânimo, tensão emocional, estresse e o próprio cinismo são alguns dos sintomas característicos dessa síndrome, que é um fenômeno causado pelo ambiente de trabalho, quando a pessoa não consegue lidar com a exposição a situações estressantes”.


A professora comenta a decisão da OMS, que determinou, no final de 2018, que a síndrome de burnout passará a integrar a sua lista de doenças em janeiro de 2022. “Essa nova classificação mostra o reconhecimento da síndrome como um fenômeno ocupacional, facilitando o diagnóstico e permitindo que as pessoas possam ser afastadas do trabalho.”


De acordo com pesquisa de uma empresa suíça de recursos humanos que reuniu 15 mil pessoas em diversos países, 38% dos entrevistados relataram ter sofrido da Síndrome de Burnout ao longo de 2021. 32% também disseram ter uma piora “significativa” da saúde mental e física


Síndrome de Burnout Brasil

No Brasil, o estresse tem sido apelidado de “doença (ou mal) do século”. Uma pesquisa encomendada pela Microsoft diz que somos, inclusive, donos do maior índice de pessoas que sofrem com a Síndrome de Burnout. A pesquisa mostra que 44% dos respondentes disseram que a pandemia aumentou esse sentimento de exaustão em relação ao trabalho.


A Síndrome de Burnout pode causar o desenvolvimento de doenças cardiovasculares (hipertensão), síndromes autoimunes, dentre outros.


A síndrome de burnout costuma ter três principais características: exaustão, menor identificação com o trabalho e sensação da redução da capacidade profissional. Em outras palavras, se você está se sentindo exausto, incapaz e odeia o que faz, alerta vermelho: pode ser preciso procurar ajuda.


O Ministério da Saúde lista os principais sintomas da síndrome de burnout:

  • Cansaço excessivo, físico e mental;

  • Dor de cabeça frequente;

  • Alterações no apetite;

  • Insônia;

  • Dificuldades de concentração;

  • Sentimentos de fracasso e insegurança;

  • Negatividade constante;

  • Sentimentos de derrota e desesperança;

  • Sentimentos de incompetência;

  • Alterações repentinas de humor;

  • Isolamento;

  • Fadiga;

  • Pressão alta;

  • Dores musculares;

  • Problemas gastrointestinais;

  • Alteração nos batimentos cardíacos.

O estresse que provoca a síndrome pode estar diretamente relacionado ao seu trabalho, mas outros traços de personalidade ou estilo de vida podem contribuir. Perfeccionismo e pessimismo, por exemplo, podem agravar o quadro. Além disso, a maioria das pessoas no Brasil passa a maior parte do tempo trabalhando. Se esse é o seu caso e, ainda por cima, você não gosta do que faz, seu trabalho pode acabar custando muito caro para a sua saúde.



*Com informações de Luciano Filho do Jornal da USP - Ministério da Saúde e Hospital do Coração.

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